A lei das palmadas |
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Jornal da Manhã - Uberaba
Está em
discussão no Brasil o projeto de lei que proíbe castigar fisicamente as
crianças, mesmo que seja com uma palmadinha. Em pesquisa de âmbito
nacional sobre esse assunto, o Datafolha concluiu que 54% das pessoas
ouvidas são contrárias à aprovação do projeto; 36% são a favor; 6% são
indiferentes e 4% não sabem opinar.
Está, pois,
aberta a discussão em torno do projeto,
que pode virar a Lei das
Palmadas. Na verdade, ninguém é a favor da agressão física, pois, como
dizem pais que dão palmadas, “isso dói mais em mim do que em você”.
Especialistas
apresentam suas opiniões sobre o assunto. Para Ângela Soligo,
professora da Unicamp especialista em psicologia educacional, “a
palmada não ensina nenhum princípio, nenhuma ética. Ensina a obedecer
pelo medo.” Ângela aconselha os pais a conversarem, explicando qual é o
sentido daquilo que não se pode fazer, em vez de tentarem educar os
filhos com palmadas.
Lino de Macedo, do Instituto de Psicologia da USP,
especialista em Educação, salienta que a lei quer “regular a intimidade
da casa, da relação pai e filho”. E acrescenta que “o Brasil é o país
das leis. (...) Se não se dão alternativas, quem só conhece a palmada
vai continuar batendo.” O importante é o pai argumentar: dar bronca
seguida de explicação, para que o filho aprenda as regras de convívio,
pouco a pouco. Isso fará a criança entender que é preciso respeitar as
Leis.
Sabemos que algumas crianças têm sido brutalmente agredidas no lar e muitas vezes em instituições nas quais deveriam receber carinho e proteção. Esses são, sem dúvida, os focos da Lei. Mas, generalizando e simplificando, de grande surra para palmadinha, o assunto tomou outra conotação: ingerência do governo em assuntos da família.
Será que, se
esse projeto virar mesmo lei, será respeitado de fato? Todos sabemos
que muitas leis aprovadas e promulgadas ficaram só no papel. São letras
mortas, como dizem. Getúlio Vargas, quando presidente da República, foi
alertado sobre o fato de que já existia uma Lei regulando um tema a
respeito do qual ele queria publicar um decreto. Vargas, então,
retrucou: “A Lei, ora a Lei!” Presidente Lula já levou algumas multas
por não obedecer à Lei Eleitoral. Por certo lembrou-se de seu
companheiro de outrora...
Com a Lei
Maria da Penha em vigor, já há algum tempo, não cessaram as
brutalidades contra as mulheres. Apesar de muitos avanços, fica a
impressão de que essa Lei ainda não está sendo respeitada. Mulheres,
ainda que encorajadas a denunciar, buscando a proteção da Lei,
continuam apanhando e morrendo. A julgar pelo que aconteceu com a Lei
Maria da Penha, a verdade é que, com Lei ou sem Lei, as crianças
continuarão a levar umas palmadinhas.
(*) membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro |
Atenção pais para este assunto, de tanta relevancia. as palmadas agora é lei, portanto muita caltela na hora dos ensinamentos aos seus filhos, devemos nos dirigir aos mesmo com orientações que visem lhe dá sabedoria, e nem ações que futuramente iram trná-los agressivos.
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